segunda-feira, 22 de julho de 2013

A Gente Nem Ficou


“Sei que pra nós dois um romance é,... coisa complicada demais”

                                                                            Jorge e Matheus

O texto de hoje é em homenagem a todos que tiveram um romance platônico e para aqueles que tiveram a oportunidade de viver esse romance, mas que  só rolou uma vez e não se repetiu, hoje contarei histórias como sempre, usaremos exemplos e concluiremos as loucuras de sempre no texto de 98 das Sambadinhas do Ale, apenas mais dois e chegaremos neste histórico número 100.

O amor platônico na sua essência já é meio melancólico, segundo o Wikipédia significa: na acepção vulgar, a ligação amorosa entre duas pessoas sem aproximação sexual. Mas na verdade é o amor dentro do ideal platônico, que se torna um paradoxo visto que sua teoria não se fundamenta num interesse (mesmo o sexual), mas na virtude. Diz-se que é quem não tem interesses materiais ou prazeres mundanos.

No popular, é quando alguém tem interesse em outra pessoa(querendo no minímo beijar sua boca), sem que a outra pessoa saiba, e que mais, a mesma não tenha sequer contribuido na criação desse sentimento de maneira direta, geralmente a pessoa que recebe o “interesse” sequer imagina. Entre amigos, acontece muito isso.

Mas hoje não vamos lembrar dessas histórias de maneira triste, vamos lembrá-las com um sabor de romance não vivido que causa um sorriso de canto de boca e um leve suspiro de saudade do que não aconteceu. Afinal quem não nunca teve um tipo de romance não vivido por algum motivo?!

De cara, me lembro de um amigo que tive lá pelos meus 11 anos, ele era louco pela sua prima, uma magrela, que todos chamavam de saracura, para a maioria, nela não havia uma beleza estridente, mas para ele havia algo que não podia ser descrito em palavras, e parecia que apenas um beijo selaria, a paz necessária, para um momento de felicidade real que aconteceria pela valorização de um romance que existia apenas em sua cabeça. Mas infelizmente ele não era um garoto talentoso na arte do falar e da conquista, e nunca disse de maneira direta que queria ficar com ela, no único dia que teve a oportunidade de aproximar sua boca da dela e beijá-la, num momento de clima intenso nunca antes aparecido, ele foi interrompido pelo seu irmão que cortou todo clima, na época esse meu amigo disse apenas uma frase: “a gente nem ficou”.

Em outra históra, o mesmo garoto já no alto dos seus 30 anos, no auge de seu carnaval mais louco, bebia, fazia amizades e causava tanto que se tornou popular com um carisma não antes percebido por ele e que gerou grande repercussão, ficou com garotas, mas protegeu sua imagem para que a maioria não soubesse, mas uma, ele se tornou amigo, a ajudou em todos os momentos possíveis, na sua cabeça, não havia a possibilidade de um um romance ali brotar, de um beijo ali acontecer mesmo que fosse apenas um, e que ele nunca mais se repetisse. Bem, ele até pensou, me disse na época, mas achou melhor não se arriscar, já que a experiência lhe fez perceber que não dava pra “cantar” quem não queria ser cantada, visto que a mesma não lhe dara nenhum sinal. Num determinado dia, ele a encontrou sem grandes expectativas, e a amiga da ditacuja, acende um sinal na cabeça do garoto de 30 anos, e ele resolve tocar no assunto e canta a “amiga”, Ele leva um toco, e me diz apenas uma frase: “a gente nem ficou, e mesmo assim eu não tiro ela da cabeça”.

E pra finalizar uma das histórias mais televisivas dos meus queridos amigos ousados. Numa noite de sertanejo alegre, em uma boate vazia, um amigo de longe mira uma loira alta, que chamava antenção pelo seu olhar marcante e um sorriso estonteante, além é claro de ser tão linda de deixar os poucos homens da boate boquiabertos. O fato é que num arrobo de coragem a jovem loira vem conversar com meu amigo dizendo que sua amiga me queria, e lógico que topei a missão, mas meu amigo, encantado com a loira, conversa com ela exercendo todo o seu talento apreendido provavelmente em prosas e versos de botequins, e consegue ficar com a linda loira. Entretanto diversão de pobre é por pouco tempo, e na hora que se despediam ou decidiam se elas iriam conosco para casa, eis que aparece o galã sexy anão, Caio Castro, e faz um sinal para uma terceira amiga do grupo que tinha sido abandonada por um bebado qualquer, e oferece carona para ela, e leva de brinde, a minha, a loira e a pequena pônei loira amiga das duas. Neste último momento de luta de olhares contra o galã global, meu amigo ouve apenas uma frase da gata loira: ‘tenho que ir, mas você entende né?!”. De fato não tínhamos como competir!!

Assim o pouco que durou, o fez duvidar que um dia a esquecerá, e nas outras histórias, eles poderíam ter deixado rolar, e aproveitado os momentos que tiveram a oportunidade, já que aquela sensação de água na boca ficou, e eles não tiraram elas da cabeça, pois simplesmente não tiveram a oportunidade de se decepcionar ou carimbar um momento ou uma vida para a eternidade dos contos de fadas e romances, eles não ficaram, e olha o que causou a eles, a sensação do não acontecido que é a pior possível.

Por tanto, deixar o fogo que apagou brilhar de novo é a saída pois quando forem se ver, um esperará o o outro e um dominará o outro, mesmo que seja por uma noite, um dia, ou 1 semana. E assim não tiramos aquela pessoa da cabeça devido ao romance não vivido. Será que não é melhor nunca mais esquecer dela pelo beijo inesquecível que foi dado, como na terceira história?! Não tenho dúvidas que é melhor arriscar, pois essa história de “a gente não ficou”, não é saudável nem pra ele, nem pra ela, por mais que pareça a maneira menos problemática de lidar com as coisas, é nessas horas que vejo que o medo paralisa as pessoas, e o medo de perder como já dissemos uma vez, sem dúvidas tira a possibilidade de ganhar.

Quer entender melhor essa sensação?? Então ouça Jorge Matheus e essa música que diz tudo sobre o tema de hoje:

http://www.youtube.com/watch?v=LQXaaXJfmGk

 

Até o texto 99, Abraços e Beijos

Alexandre Oliveira

terça-feira, 16 de julho de 2013

Mocinhos e Bandidos


 
Por incrível que pareça nobres leitores, estou sem computador, por isso a escassez de textos nos últimos tempos. Mas o que me intrigou nas últimas semanas não foi essa escassez. Na verdade o que não sai da minha cabeça é o eterno julgamento que fazemos das pessoas, pois às vezes nos colocamos acima do bem e o mal e taxamos pessoas, com apelidos e muitas vezes marcamos pessoas pelo resto da vida sem analisar os contextos.

Outro dia em uma daquelas resenhas tradicionais com amigos e amigas, ouvi a frase, mas é que seus dois amigos não valem nada. Daí como sempre refleti sobre a frase e pensei: “como podemos dizer que eles são uma coisa ou outra sem analisar o contexto da vida deles e ao mesmo tempo o como eles agem pessoa a pessoa.”

Um desses dois tem uma história peculiar e bem interessante para o tema de hoje.

Este amigo, no passado conheceu mulheres, transava com elas e nem ligava no dia seguinte, ele por muitas vezes não dava a mínima, só queria se divertir e aproveitar o máximo que podia daquela relação fulgás, algumas compartilhavam do sentimento de “nem ai”, e a vida seguiam, outras se traumatizavam e o chamavam de canalha, de sem coração, para estas últimas, ele era o “bandido” da história.

Pois bem este mesmo amigo tempos depois, namorou por 4 anos uma mulher, e a ela deu todo seu carinho e atenção, a ela deu seu corpo, alma e coração. Ele a incluiu em tudo o que planejou. Por ela fez planos, evoluiu, buscou crescer e se desenvolver para dar a ela uma vida de princesa, no entanto após todos os anos de namoro, ouviu da mesma que ela tinha de se desprender dele para curtir sua vida e conhecer outros caras, e ter a oportunidade de viver outros amores. Na real ele entendeu que a passarinha tinha de sair da gaiola, ela tinha de voar.

E assim ele seguiu seu caminho e descobriu o mundo de possibilidades, que até então não se recordava como era, naquele momento ele tinha evoluído e se antes curtia com certa inconsequência, sem o poderio necessário para conhecer outras culturas e mulheres mais evoluídas e bonitas, agora o mesmo passou o poder em suas mãos, passou sobretudo a poder escolher. Já aquela namorada se arrependeu, e tentou reconquistá-lo e não conseguiu, até porque, meu amigo já não confiava mais, não acreditava, e mais ainda não sentia mais o mesmo por ela, além de é claro uma atração forte.

 Assim ele seguiu curtindo a vida “adoidado”, com mulheres de todos os tipos.

Até que um dia, com todo seu poderio de homem evoluído, ele no auge de toda a curtição, é apresentado a seu novo calcanhar de aquiles, e por ela desenvolve uma fofura perdida no tempo, por ela começa a desenvolver um afeto e uma atração desmedida que se curva a consciência da realidade mais extrema e deixa de poder ser explicada, pelo mais simples poeta modernista do século XX e passa a ser um FOFO MASTER. A ela, ele dá a oportunidade de viver de novo um romance que o mesmo não acreditava ser vivido, mas como todo romance vive de reciprocidade, ele se ressente da falta de carinho e cuidado nas palavras, ele sente falta de palavras de afeição dela, e se cansa de suas grosserias intermináveis, a ponto de questionar a mudança do seu ser, e do seu eu, sobretudo Apaixonado. Um apaixonado perdido num deserto sem água, para que pudesse viver a paixão adquirida, pois o que faltou pra tudo ser completo foi ela querer, e ter a atitude de quem de fato quer e faz por onde.

Infelizmente as pessoas não aproveitam suas oportunidades, e quando ele mais precisou desabafar seus problemas e receber o carinho necessário, o mesmo não foi correspondido não como esperava ser, mas no mínimo com a atenção dedicada por ele quando a mesma mais precisou, e como uma planta que dever ser regada todos os dias, a planta faleceu, e não resistiu a FALTA de tudo que era necessário para que ela sobrevivesse em pé. E o fim agora parece sacramentado. Tudo pela falta dela de se dispor a ele, e retribuir o que lhe foi dado de coração e sem cobranças. Mas a vida é assim mesmo, quem nada dá, cobra, e quem muito dá, apenas apoia.

Nessa história podemos perceber que um mesmo Homem, foi vilão para algumas mulheres, mas que especificamente com duas, ele acabou por ser um mocinho da história. Assim o fato é, que em relacionamentos não existe mocinho ou bandido, existe amar ou não, querer ou não, se dedicar ou não, ter afinidades ou não, dar certo ou não, e que acima de tudo não dá pra taxar ninguém de mal ou bom, sem analisar o contexto, os porquês da vida, e sua história.

O mocinho de hoje pode ser o vilão de amanhã e vice-versa, em relacionamentos o que vale mesmo é tratar todos com respeito e com verdade, eu sempre digo que manipular com a verdade é sempre a melhor saída e por mais que possa, em alguns momentos diferenciar mocinhos de bandidos, o que conta de verdade são as atitudes durante a vida e seus contextos, uma atitude isolada não reflete um homem e sim o que ele faz durante a vida.

Paremos de taxar pessoas, e isso não vale só pra bons e maus não, vale para O magrelo, O Gordo, A Tagarela, O Galinha, A Piranha e por ai vai. Lembremos que as pessoas são muito mais do que aparentam ser, são muito mais do que julgamos ser, conheçamos mais e critiquemos menos, por mais que escorrer veneno pelos lábios por muitas vezes seja mais prazeroso que tudo na vida, até porque, as palavras que usamos para os outros são as mesmas que usam para nós, e não há dois pesos diferentes para duas medidas iguais.

Sem ser mocinhos, sem ser bandidos mais sendo seres humanos, mantenhamos a humildade que por muitas vezes não nos é característica e reconheçamos o valor das pessoas que muito nos dão afeto, e sejamos melhores do que somos hoje, que sejamos personagens de um folhetim de mais valor, ou com o mesmo valor que o próprio escritor.

E por hoje Turma é isso!

Semana que vem mais Sambadinhas do Ale com a nossa contagem regressiva, hoje texto 97, depois 98 e 99, assim chegaremos no texto de Nº 100....hehe

Abraços pra quem é de Abraços e Beijo pra quem é de Beijos

Alexandre Oliveira