segunda-feira, 12 de julho de 2010

Casarão 1° Parte

Essa história no Nosso Casarão foi contada de pouquinho e pouquinho em alguns “posts” deste Blog, mas neste vou contar o cotidiano desta família que veio a se chamar Grupo de Teatro Nosso Casarão, enquanto eu estive e depois quando voltei.


Me lembro como se fosse hoje, meu primo empolgado com uma menina que tinha conhecido numa festinha de rua, veio me contar todo cheio de disposição, naquele momento tínhamos apenas 16 anos e tudo parecia incrível! O fato é que no meio do ano de 2002 ela veio estudar no CEJB, colégio onde eu e meu primo estudávamos, assim a conheci, o nome dela era Leticía. Uma menina espevitada na maneira de falar e cheia de medos na hora de falar sobre intimidades, no fundo era tímida. Mas a questão era que ela estava ensaiando teatro no Espaço de Cultura A Casa, que tinha aberto suas portas para o grupo de atores(alunos) de Denis(O Nordestino), assim estavam apresentando a peça mais dramática da história “O Diário de Anne Frank”, e Leticía sempre me convidava para ir assistir com meu primo que já tinha visto aquela peça de 3 horas umas duas vezes.

Meio que por pressão do meu primo, já que sabia que eu gostava de teatro, fui até lá meio que 1 mês depois, acabei então ensaiando um pouco e logo substitui um menino que tinha saído da peça, apresentamos então no Teatro da UPPE em Niterói, foi a minha primeira vez em cima do palco, foi como se depois de anos procurando o meu lugar nesse mundo, eu tivesse em 3 horas o meu espaço delimitado e com uma importância que nunca achei que pudesse ter até aquele momento.

Depois daquele dia, ensaiamos “Delicadas Relações Vulcanicas”, peça escrita e dirigida por Denis, eu fazia o Pai de um drogado, era pesado, eu não entendia muito bem aquela realidade, sequer tinha conhecido um drogado aquela altura, não conhecia um décimo dessa realidade horrível que atormenta a tantos.

Em pararelo a, tudo isso Leticia queria que eu ficasse com uma amiga dela e então me leva para uma rua durante um dos ensaios e me deixa sozinho com a menina 2 anos mais nova, e que era tão feia, mas tão feia que fazia o papel de “morte” na peça “delicadas”, naquele momento aconteceu meu primeiro beijo, meio traumatizante não?! Beijo de Olhos abertos, sem sentimento, sem sentido, sem emoção!!

Eu que não sabia como era uma garota gostando de mim passo a ter duas se dizendo apaixonadas a “morte” e uma outra menina da peça que me entregou uma música em declaração de “amor”, pra quem nunca teve nada, eu fiquei dividido, e resolvi ficar sozinho. Sábia decisão porque 2 meses depois eu conheço o 1° amor da minha vida.

O nome dela Paula Rebecca, apareceu numa festinha de um amigo num colégio próximo, eu não percebera que era me queria, eu era um bobo, não fiquei, e na semana seguinte depois de muita expectativa ela vai assistir a peça “Delicadas..”, e depois de 40 minutos conversando, tive o primeiro beijo mais bacana da história, parecia um filme daqueles gostosos de ver o final, muito louco, naquele momento me descobri apaixonado pela 1° vez.

É mas dizem que felicidade de pobre dura pouco, e foi assim, depois de semanas de Romance, ela viaja nas férias e eu bobo, ficava ligando pra ela, sofrendo nas minhas últimas férias de colégio. Ela era linda, magrela, ruiva, mas quando voltou de férias eu tomei um “pé na bunda”, depois de dizer pra ela que não aceitava aquela situação.

Engraçado, aquela altura do campeonato, eu já tinha brigado com meio mundo, o nosso querido Valdeci já tinha “pego” mais da metade das meninas da companhia, e Henrique com 12 anos ainda era uma promessa, Leticia já tinha dado um barraco no término com meu primo e após um triângulo amoroso com Andréia, já estava namorando com Valdeci. Diego meu amigo, se apaixonou a primeira vista por uma magrela nova do teatro, Isabela, assim ele escreveu uma carta de amor no segundo dia que a conhecera, eu achava que ele era “louco”, porque comigo essa tática não tinha dado certo. Mas ele insistiu, ela ficou meio assustada e num dia em que nós 3 íamos embora juntos, eu puxei um assunto e deixei os dois conversando, fui segurando o passo e virei a esquina sem eles perceberem, assim Diego teve coragem suficiente para chamá-la ao cinema e posteriormente a namorar com ela, namoro esse que já dura 7 anos, e vão se casar neste ano de 2010...hehe. Quem será um dos padrinhos?

Puxa, quanta coisa não é?! E tudo isso aconteceu, em coisa de 2 meses, impressionante, mas o ano de 2003 ainda tinha muita história, tinha a peça “O Fantástico Mistério de Feiurinha” de Pedro Bandeira, que transformou Eu, Diego e Henrique no mesmo personagem que falava tudo ao mesmo tempo “Caio O Lacaio”, foi demais, meses divertidíssimos neste conto de fadas. Nos meses que seguiram, eu não tive nenhum Romance e a turma tava bem tranqüila nos seus namoros, a nota triste foi o falecimento da mãe de Valdeci, que abalou a todos, mostramos o quanto gostávamos dele e o apoiamos muito. Depois dessa fase complicada, veio Romeu e Julieta de Shakespeare, e a escalação do elenco gerou discórdia, pois aconteceu nos bastidores. Ao saber que Julieta e Romeu seriam Eu e Leticia, a mesma se recusou a fazer comigo, pois teria quer ter o famoso beijo nessa peça. Ela pensou que eu recusaria também, mas eu não o fiz, pois tinha ficado um mês fora devido a uma briga durante uma apresentação, e seria uma honra pra mim interpretar “Romeu”, e assim foi, com Talita de Julieta, os boatos de que eu queria a Julieta eram fortes, e a mesma namorava, a situação foi complicada, e a briga pelo personagem de Julieta foi atenuada após Carla ficar como substituta de Talita. E...


Obs: A segunda e última parte dessa história será postada dia 19 de Julho!!!

Alexandre Oliveira

Um comentário:

  1. Valeu Alexandre,
    obrigado pela parte que me cabe neste "latifundio" artistico.
    Fiquei feliz com a importancia do grupo em sua vida e um pouco com o que pude te oferecer como professor de teatro e encenador.
    Estamos juntos quando vc tiver vontade e disponibilidade, estamos alí...
    querendo conte comigo.
    um beijo carinhoso e amigo.

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