terça-feira, 16 de julho de 2013

Mocinhos e Bandidos


 
Por incrível que pareça nobres leitores, estou sem computador, por isso a escassez de textos nos últimos tempos. Mas o que me intrigou nas últimas semanas não foi essa escassez. Na verdade o que não sai da minha cabeça é o eterno julgamento que fazemos das pessoas, pois às vezes nos colocamos acima do bem e o mal e taxamos pessoas, com apelidos e muitas vezes marcamos pessoas pelo resto da vida sem analisar os contextos.

Outro dia em uma daquelas resenhas tradicionais com amigos e amigas, ouvi a frase, mas é que seus dois amigos não valem nada. Daí como sempre refleti sobre a frase e pensei: “como podemos dizer que eles são uma coisa ou outra sem analisar o contexto da vida deles e ao mesmo tempo o como eles agem pessoa a pessoa.”

Um desses dois tem uma história peculiar e bem interessante para o tema de hoje.

Este amigo, no passado conheceu mulheres, transava com elas e nem ligava no dia seguinte, ele por muitas vezes não dava a mínima, só queria se divertir e aproveitar o máximo que podia daquela relação fulgás, algumas compartilhavam do sentimento de “nem ai”, e a vida seguiam, outras se traumatizavam e o chamavam de canalha, de sem coração, para estas últimas, ele era o “bandido” da história.

Pois bem este mesmo amigo tempos depois, namorou por 4 anos uma mulher, e a ela deu todo seu carinho e atenção, a ela deu seu corpo, alma e coração. Ele a incluiu em tudo o que planejou. Por ela fez planos, evoluiu, buscou crescer e se desenvolver para dar a ela uma vida de princesa, no entanto após todos os anos de namoro, ouviu da mesma que ela tinha de se desprender dele para curtir sua vida e conhecer outros caras, e ter a oportunidade de viver outros amores. Na real ele entendeu que a passarinha tinha de sair da gaiola, ela tinha de voar.

E assim ele seguiu seu caminho e descobriu o mundo de possibilidades, que até então não se recordava como era, naquele momento ele tinha evoluído e se antes curtia com certa inconsequência, sem o poderio necessário para conhecer outras culturas e mulheres mais evoluídas e bonitas, agora o mesmo passou o poder em suas mãos, passou sobretudo a poder escolher. Já aquela namorada se arrependeu, e tentou reconquistá-lo e não conseguiu, até porque, meu amigo já não confiava mais, não acreditava, e mais ainda não sentia mais o mesmo por ela, além de é claro uma atração forte.

 Assim ele seguiu curtindo a vida “adoidado”, com mulheres de todos os tipos.

Até que um dia, com todo seu poderio de homem evoluído, ele no auge de toda a curtição, é apresentado a seu novo calcanhar de aquiles, e por ela desenvolve uma fofura perdida no tempo, por ela começa a desenvolver um afeto e uma atração desmedida que se curva a consciência da realidade mais extrema e deixa de poder ser explicada, pelo mais simples poeta modernista do século XX e passa a ser um FOFO MASTER. A ela, ele dá a oportunidade de viver de novo um romance que o mesmo não acreditava ser vivido, mas como todo romance vive de reciprocidade, ele se ressente da falta de carinho e cuidado nas palavras, ele sente falta de palavras de afeição dela, e se cansa de suas grosserias intermináveis, a ponto de questionar a mudança do seu ser, e do seu eu, sobretudo Apaixonado. Um apaixonado perdido num deserto sem água, para que pudesse viver a paixão adquirida, pois o que faltou pra tudo ser completo foi ela querer, e ter a atitude de quem de fato quer e faz por onde.

Infelizmente as pessoas não aproveitam suas oportunidades, e quando ele mais precisou desabafar seus problemas e receber o carinho necessário, o mesmo não foi correspondido não como esperava ser, mas no mínimo com a atenção dedicada por ele quando a mesma mais precisou, e como uma planta que dever ser regada todos os dias, a planta faleceu, e não resistiu a FALTA de tudo que era necessário para que ela sobrevivesse em pé. E o fim agora parece sacramentado. Tudo pela falta dela de se dispor a ele, e retribuir o que lhe foi dado de coração e sem cobranças. Mas a vida é assim mesmo, quem nada dá, cobra, e quem muito dá, apenas apoia.

Nessa história podemos perceber que um mesmo Homem, foi vilão para algumas mulheres, mas que especificamente com duas, ele acabou por ser um mocinho da história. Assim o fato é, que em relacionamentos não existe mocinho ou bandido, existe amar ou não, querer ou não, se dedicar ou não, ter afinidades ou não, dar certo ou não, e que acima de tudo não dá pra taxar ninguém de mal ou bom, sem analisar o contexto, os porquês da vida, e sua história.

O mocinho de hoje pode ser o vilão de amanhã e vice-versa, em relacionamentos o que vale mesmo é tratar todos com respeito e com verdade, eu sempre digo que manipular com a verdade é sempre a melhor saída e por mais que possa, em alguns momentos diferenciar mocinhos de bandidos, o que conta de verdade são as atitudes durante a vida e seus contextos, uma atitude isolada não reflete um homem e sim o que ele faz durante a vida.

Paremos de taxar pessoas, e isso não vale só pra bons e maus não, vale para O magrelo, O Gordo, A Tagarela, O Galinha, A Piranha e por ai vai. Lembremos que as pessoas são muito mais do que aparentam ser, são muito mais do que julgamos ser, conheçamos mais e critiquemos menos, por mais que escorrer veneno pelos lábios por muitas vezes seja mais prazeroso que tudo na vida, até porque, as palavras que usamos para os outros são as mesmas que usam para nós, e não há dois pesos diferentes para duas medidas iguais.

Sem ser mocinhos, sem ser bandidos mais sendo seres humanos, mantenhamos a humildade que por muitas vezes não nos é característica e reconheçamos o valor das pessoas que muito nos dão afeto, e sejamos melhores do que somos hoje, que sejamos personagens de um folhetim de mais valor, ou com o mesmo valor que o próprio escritor.

E por hoje Turma é isso!

Semana que vem mais Sambadinhas do Ale com a nossa contagem regressiva, hoje texto 97, depois 98 e 99, assim chegaremos no texto de Nº 100....hehe

Abraços pra quem é de Abraços e Beijo pra quem é de Beijos

Alexandre Oliveira

Nenhum comentário:

Postar um comentário