quinta-feira, 27 de junho de 2024

As Vezes Você Só Foi Idiota Mesmo

Muita gente costuma dizer que não teve sorte e que o amor da sua vida não tocou a sua porta. 

Muitos dizem que se relacionaram com pessoas que não lhe deram valor suficiente.


Muitos dizem que hoje em dia não há pessoas interessantes o suficiente, e por esse motivo não querem conhecer mais ninguém.


Poucas vezes eu ouço alguém tomar a responsabilidade e dizer que perdeu as oportunidades que a vida lhe ofereceu.


Por isso vou contar algo👇🏻


Quase 20 anos atrás conheci uma linda gaúcha, nos conectamos imediatamente, a relação em princípio foi de amigos. 


No entanto passamos anos sem nos ver.

6 anos se passaram e ao nos reencontrar rolou algo interessante. Em seguida começamos a namorar, e ela era incrível, excelente pessoa, inteligente, linda, sexo melhor ainda.


E eu neste momento, vivia o auge de ser solteiro, as possibilidades de baladas, viagens e garotas a conhecer eram frequentes.


Me dei conta que ela queria viver um amor com uma pessoa, e eu nesse momento, queria conhecer minhas possibilidades.


Terminamos o namoro mas continuamos saindo. Depois de um tempo, notei que se eu não me afastasse, ela não poderia se apaixonar por outra pessoa.

Dito e feito, paramos de ficar, ela conheceu outro cara e estão juntos até hoje.


Eu me arrependo disso? Não, porque eu não tinha condições naquele momento, de entregar o que ela queria. 


E que sorte a dela de ter encontrado alguém que a completasse.


O que quero dizer é que as vezes, eu, você, ou qualquer outra pessoa age como idiota, e esta escolha nos faz perder alguém . Faz parte da vida.


A real é que a vida certamente te ofereceu ou está te oferecendo um amor de oportunidade. Aproveite! Mas não reclame que não teve sorte, as vezes você só foi idiotia mesmo, e não tem nada a ver com falta de sorte.


Alexandre Oliveira

quarta-feira, 10 de janeiro de 2024

AMOR PLATÔNICO

 

Me recordo de quando tinha 16 anos. Me encantei por uma magrela alta do teatro. Me recordo de desenvolver um sentimento sozinho, é o tal do “amor platônico”, aquele que só se desenvolve na sua cabeça.

Quando ela passava, eu prestava atenção, e as vezes abaixava a cabeça para que ela não se desse conta de que eu estava olhando. Havia ali uma certa de vergonha de admitir que eu gostava. A real é que todo mundo percebia, meu olhar era revelador, meu sorriso bobo ao vê-la era maior ainda, e cada vez que eu falava dela meus olhos brilhavam.

Eu tentava esconder, e era impossível, não havia como não notar. Eu sentia ciúmes quando um menino se aproximava dela, ficava sem reação quando ela me notava. Imaginava que cada movimento dela era pra de alguma forma falar comigo.

Me recordo de passar uns 2 anos nesse processo, pode parecer bobagem, mas eu era ingênuo, o sentimento era ingênuo. Existia uma inocência, o sonho de um beijo não realizado. O sonho de um querer mais que bem querer, que se concretasse em algo recíproco.

Não havia experiencia, traumas, nem sequer uma fadiga emocional que me fizesse desistir. Eu passava ao lado dela esperando ser notado, escrevia poemas que me faziam sentir artista, imergi em uma melancolia de algo não completado, de uma saudade de algo que não foi vivido.

Depois de 22 anos é saboroso notar aquele jovem, te digo de certo modo que tenho orgulho do seu genuíno sentimento e de sua capacidade de se iludir com o nada. Ele não sabia ser prático, ele só queria o amor recíproco. Ele não via regras, não analisava os motivos que o fariam sofrer, ou a forma como as relações se desgastariam com o tempo.

Esse jovem não previa um futuro incerto, não pensava quem ou o que tinha a garota, ele só a admirava e queria estar próximo, ele só queria compartilhar da sua companhia, queria escutá-la, ouvir seus anseios, a fazer rir, e se possível beija-la e ter seu coração disparado a 200km.

Não havia maldade, não havia preocupações sexuais, havia música. Havia a poesia das músicas que embalavam um possível romance, era a trilha sonora de algo não convertido. Não existia filhos, ex relações, não havia carga emocional da experiencia. Havia a simples felicidade de estar vivo só pela presença da outra pessoa.

Me recordo de guardar seu cheiro, de memorizar seus gostos favoritos. Me lembro de propositalmente lhe entregar músicas que tinham a ver com ela, mesmo que na minha cabeça tinham a ver com a gente. E em algum momento ela perceberia, ela notaria que o universo havia escrito uma sinfonia que ela não tinha prestado atenção.

E ela? Ela não olhava, não escutava, e não sentia o mesmo cheiro, não memorizava nada, porque na realidade, seus pensamentos estavam em outro mundo, seguiam em “Nárnia”. Seus pensamentos voavam do lado inverso ao do romance perfeito. Ela seguia por olhar o que não servia, insistia em provar o que não lhe fazia feliz, insistia na busca incessante do desconhecido, enquanto alguém tão perto a poderia fazê-la sorrir e brilhar como nunca.

Essa era a ideia, esse era o sentimento que tomava conta da cabeça, essa era a ilusão criada, a viagem platônica do ser não reconhecido, do sentimento não vivido, da inocência não compartilhada. Os sorrisos e os olhares que se completavam, talvez fossem obra daquilo que nunca se pudesse enxergar.

Ali não havia dor, só havia amor, só havia música, movimentos simples de uma valsa tão bem orquestrada, onde os passos se uniam de tal forma que só se permitiam completar, a conexão era insana, seria impossível não notar. E quem poderia?

Captar a simplicidade da vida exige um olhar ingênuo, entender o que de verdade faz seu coração vibrar, é o que faz da vida o descobrimento mais delicioso que existe. Conseguir ter seu olhar refletido no outro, lugar esse onde: olhos, boca e coração se conectam, é único. E não passa todo dia, e seu enredo é difícil de parar e seu nó, difícil de desatar. Há uma ansiedade que não cessa, uma paixão que arde sem se ver, e uma incerteza dentro de uma certeza. Era lindo, simples, poético e finamente real.

Afinal, é platônico, ou não é?!

 

Ale

terça-feira, 2 de janeiro de 2024

FILOSOFIA SOBRE O AMOR EM 2024

 

Existia da minha parte uma eterna vontade de se apaixonar. Mas com o tempo esse desejo, essa vontade foi diminuindo. O fato é, que as decepções nos moldam de tal modo, que desacreditamos em tudo que envolve o amor. Sinceramente não sei se é possível que exista um amor fiel a beleza de sua expectativa, mas gostaria que fosse possível. Um amor tão livre, que a liberdade do seu voo seja tão intensa, que só te reste a vontade de voar acompanhado somente dela, e que assim seja reciproco.

Uma pessoa onde a leveza da relação se dê na sinceridade da troca, na troca de olhares apaixonados, onde se contempla e admira. Um olhar que leva a sorriso bobo, e uma atenção de notar todo o tempo o quão incrível é estar a dois. Que tenha uma química insana, onde a atração dos corpos se dá na conexão intelectual que possuem. Alguém que não se possa desgrudar mesmo que o possa. Alguém que seja difícil dizer tchau, que não te permita que as despedidas sejam rápidas. Uma pessoa que tenha tanta vontade de estar contigo e você com ela, que o ato de ceder se torna natural a ela, e que você igualmente ceda e entenda que não há outro modo de se relacionar.

A vida não é para se estressar todo o tempo, não há graça na eterna irritação, mas as vezes essa pessoa nos tira a paciência, nem tudo é perfeito. E se “odeia por quase um segundo e depois se ama mais”. A beleza dessa relação nos leva a acreditar que tudo pode ser melhor, ela nos motiva, nos eleva e nos transporta a um lugar de fantasia, onde a realidade mais impossível ganha possibilidades infinitas.

Relações são para somar, para nos levar a um lugar que não chegaríamos só, e a chama de um amor recíproco nos leva a fazer coisas que nem imaginávamos, nos leva a voos que fazem sonhos se tornarem realidade, pois a motivação impulsa a magia dos desejos mais profundos.

Todos têm defeitos, mas se aceitam, se redefinem, se escutam, se falam, se entendem. Por vezes se discute acaloradamente, mas se mantém o respeito. Nesta história o medo desaparece, e a ansiedade de estar é continua.

Se conta os segundos para estar junto, a saudade é contínua, se anseia na imaginação. Sonha-se acordado, se ri com o inimaginável. Músicas e poesia passam a fazer sentido e a arte se torna mais bela, não há limite, não há dor que a alcance e não há problema que não se possa solucionar.

Relações não são para suportar, mas para conviver. O drama não é da imperfeição, mas vem da incapacidade de escutar e se escutar. As respostas vêm da alma de uma tal maneira que frases soltas podem encontrar as respostas que busca.

O pronome muda do “eu”, para “nós”. Não há assunto que não possa ser falado, não há desabafo que não possa ser feito. A regra aqui é compartilhar. A vida é para ser compartilhada, se relacionar é entender isso, e tem a ver com manter sua independência e compartilhar sua vida por escolha, e não por dependência.

Amar é primeiro de tudo a conexão que se estabelece, e depois a escolha que é feita. Óbvio que não há escolha sem conexão, não ´há paixão sem que a faísca do fogo tenha acendido. Essa conexão não se explica, muitas vezes não se entende o porquê, e a admiração só cresce, existe ali um prazer em olhar, sorrir e, admirar o muitas vezes incompreensível sentimento que te toca.

Não adianta amar e não se aventurar, não adianta amar e não ceder, não adianta amar e não escutar, não serve amar sem que se compartilhe a vida.

Se o propósito não é estar junto, então nem se deve tentar. Cada um deve ter sua vida, ter seus amigos, seu trabalho. Mas a escolha de estar junto é o que faz terem os mesmos objetivos, e realizar os mesmos sonhos.

E não se pode esquecer de manter, a aventura que os uniram, sempre presente. A vida não é só assistir televisão e comer macarronada no fim de semana. Relacionamento é sim uma planta, e deve ser regado todos os dias. E estou seguro de que a monotonia mata qualquer relacionamento.

Não sei se os opostos se atraem ou os semelhantes se curtem mais. O que sei, é que nesta fórmula, ambos devem querer chegar no mesmo lugar. E claramente tem que curtir e desfrutar disso. A caminhada não é sobre a chegada, mas sobre viver o processo.

Se eu esperar só o fim para ser feliz, o que valeu apena?

Se apaixonar é se manter vivo, o ruim é quando não há reciprocidade. Mas se não há reciprocidade, não há que dar muita atenção, pois em algum momento aquele amor real, chega, e aí é só curtir cada pedacinho dele. O Amor é para quem se arrisca, para quem se aventura, e para quem entrega tudo de si.

Há que ter a fé, e notar o que se tem em volta e se aventurar no que é real. O medo de perder tira a vontade de ganhar, o amor é uma dinamite, ao explodir tem que saber agarrar essa explosão e disfrutar dela.

Ale