Deu
ruim para mim e talvez pra você!
Há
exatos 20 anos, eu um jovem romântico tasquei meu primeiro beijo, e na segunda
ficada da vida, aiii, eu me apaixonei pela primeira vez. Naturalmente sofri a primeira decepção logo de
cara, disse eu te amo de cara e ferrei tudo. O que de certa forma demonstrou um
nível de dramaticidade alto da minha parte.
Com
o passar dos anos vieram os primeiros namoros, as experiências de amores
intensamente vividos, os períodos de solteirice plena, que alíás deram o tom do
quão é importante se amar e curtir os amigos. Vivendo assim experiências
variadas para valorizar estar junto de alguém.
Mas
confesso que achei que quando tivesse 28 anos, o jogo estaria definido. Nesse
momento o amor já teria sido encontrado. E o “felizes para sempre” já estaria em
curso. E a aposentadoria das “noitadas” seria realizada com soberba alegria.
Aí
eis que a vida nos surpreende, eu me separei depois de anos com a mesma garota.
O jogo que achei que estaria definido, foi brutalmente forçado a recomeçar.
No
entanto hoje é diferente, aos 36 anos, meus melhores amigos se casaram, tem
filhos e a vida de casal tradicional para eles se tornou realidade. Interessante
perceber que eles viveram suas vidas de solteiro com tanta intensidade, que
acho que não priorizaram o “amar e ser amado”.
É
curioso mas ao mesmo tempo é a lógica da vida, quando desplugamos, o amor
acontece. E no curso do tempo, o que meus amigos não focaram, aconteceu! E o
que eu foquei, não aconteceu, e sim, pode não parecer, mas essa é a lógica mais
exata da vida.
O
amor é para os distraídos, não para os atentos, o amor é para os desplugados,
não para os conectados. Conectar é para quando se envolve, não antes de conhecê-lo.
Em
contrapartida reflito que há anos, trabalhei em uma peça de teatro cujo um dos
personagens questionava o que era o “feliz para sempre”? Dizia ele: “será que
ser feliz para sempre é casar-se, ter filhos, comer macarronada aos domingos e
assistir televisão deitado no sofá?”
Pois
é, hoje sabemos que é possível ser feliz das mais variadas formas, pode ser se
apaixonando, casando-se, tendo filhos, não tendo filhos, não se apaixonando,
não se casando, ou mesmo curtindo sua vida de solteiro até o dia de sua morte.
O
que tiro dessa experiência, é que a idade ou seu estado civil, são formas de
controle social. São formas de evitar maiores questionamentos. E a felicidade é
muito pessoal, cada um tem sua forma de ser feliz, e não importa o que a
sociedade diga, só quem entende sobre a sua felicidade é você mesmo(a). Já
dizia o poeta, antes só do que mal acompanhado, e na boa, o amor não é para
profissionais, o amor é para amadores, é para os ingênuos. E se isso te interessar
siga esse conselho, do contrário não se apaixone!
Para
quem tem interesse em ser feliz, se apaixonar só é uma boa quando há
reciprocidade, e mesmo assim, o tal “felizes para sempre” não é garantido, cada
dia é um dia diferente e há de se adaptar juntos.
Por
fim, entendam, não critique a felicidade de alguém, o contexto dela é diferente
do seu. Aprenda a respeitar a felicidade alheia. Mesmo que seja diferente da
tua. E lembre-se: quer se apaixonar e fazer dar certo, então há que se
desplugar, para quando encontrar quem se ama, se conectar por inteiro.
por Alexandre Oliveira
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