segunda-feira, 20 de junho de 2022

O AMOR É PARA OS DESPLUGADOS

 

Deu ruim para mim e talvez pra você!

 

Há exatos 20 anos, eu um jovem romântico tasquei meu primeiro beijo, e na segunda ficada da vida, aiii, eu me apaixonei pela primeira vez.  Naturalmente sofri a primeira decepção logo de cara, disse eu te amo de cara e ferrei tudo. O que de certa forma demonstrou um nível de dramaticidade alto da minha parte.

 

Com o passar dos anos vieram os primeiros namoros, as experiências de amores intensamente vividos, os períodos de solteirice plena, que alíás deram o tom do quão é importante se amar e curtir os amigos. Vivendo assim experiências variadas para valorizar estar junto de alguém.

 

Mas confesso que achei que quando tivesse 28 anos, o jogo estaria definido. Nesse momento o amor já teria sido encontrado. E o “felizes para sempre” já estaria em curso. E a aposentadoria das “noitadas” seria realizada com soberba alegria.

 

Aí eis que a vida nos surpreende, eu me separei depois de anos com a mesma garota. O jogo que achei que estaria definido, foi brutalmente forçado a recomeçar.

 

No entanto hoje é diferente, aos 36 anos, meus melhores amigos se casaram, tem filhos e a vida de casal tradicional para eles se tornou realidade. Interessante perceber que eles viveram suas vidas de solteiro com tanta intensidade, que acho que não priorizaram o “amar e ser amado”.

 

É curioso mas ao mesmo tempo é a lógica da vida, quando desplugamos, o amor acontece. E no curso do tempo, o que meus amigos não focaram, aconteceu! E o que eu foquei, não aconteceu, e sim, pode não parecer, mas essa é a lógica mais exata da vida.

 

O amor é para os distraídos, não para os atentos, o amor é para os desplugados, não para os conectados. Conectar é para quando se envolve, não antes de conhecê-lo.




 

Em contrapartida reflito que há anos, trabalhei em uma peça de teatro cujo um dos personagens questionava o que era o “feliz para sempre”? Dizia ele: “será que ser feliz para sempre é casar-se, ter filhos, comer macarronada aos domingos e assistir televisão deitado no sofá?”

 

Pois é, hoje sabemos que é possível ser feliz das mais variadas formas, pode ser se apaixonando, casando-se, tendo filhos, não tendo filhos, não se apaixonando, não se casando, ou mesmo curtindo sua vida de solteiro até o dia de sua morte.

 

O que tiro dessa experiência, é que a idade ou seu estado civil, são formas de controle social. São formas de evitar maiores questionamentos. E a felicidade é muito pessoal, cada um tem sua forma de ser feliz, e não importa o que a sociedade diga, só quem entende sobre a sua felicidade é você mesmo(a). Já dizia o poeta, antes só do que mal acompanhado, e na boa, o amor não é para profissionais, o amor é para amadores, é para os ingênuos. E se isso te interessar siga esse conselho, do contrário não se apaixone!

 

Para quem tem interesse em ser feliz, se apaixonar só é uma boa quando há reciprocidade, e mesmo assim, o tal “felizes para sempre” não é garantido, cada dia é um dia diferente e há de se adaptar juntos.

 

Por fim, entendam, não critique a felicidade de alguém, o contexto dela é diferente do seu. Aprenda a respeitar a felicidade alheia. Mesmo que seja diferente da tua. E lembre-se: quer se apaixonar e fazer dar certo, então há que se desplugar, para quando encontrar quem se ama, se conectar por inteiro.


por Alexandre Oliveira

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