Casar é um sonho para
muitos, e um pesadelo para grande maioria que ali vive.
Sim, converse a sério com
um dos cônjuges, mas em separado, para saber a realidade do casal. Hoje, lendo
as manchetes do casamento do ex-presidente Lula, me peguei por um segundo
achando lindo a união de um casal de idade mais avançada.
É claro que a união de
pessoas idosas causa comoção. Afinal, já é difícil encontrar um amor aos 30,
imagine aos 70?! Sem falar que é uma fofura ver a emoção dos velhinhos. Assim,
é fácil se emocionar com quem, se aventura mesmo com tanta experiencia de vida.
Essa é uma emoção
genuína que nos comove, e confesso que me senti comovido.
Mas a verdade é que
esta comoção durou apenas alguns segundos. Em seguida pensei no verdadeiro
motivo deste texto, que é refletir sobre o encontro do amor e na materialização
dele através do matrimônio.
A verdade é que eu não
sei se as pessoas querem casar porque foram ensinadas que este é o enredo
perfeito da vida. Ou porque de fato amam tanto alguém, que dividir a vida com
essa pessoa, pareça algo incrível. Confesso que já não sei dizer ou perceber
quem está “saltando deste paraquedas” pela vontade de viver, ou pelo medo de
morrer só.
Os filósofos de rua
costumam falar da importância de estar bem consigo mesmo, para que depois se encontre
alguém, e da importância de primeiro ser feliz sozinho(a) para que se possa
incluir alguém em sua vida. Contudo, quando é que se identifica que este
momento chegou?
A vida acontece numa
velocidade absurda, tudo é tão fugaz e efêmero que apostar em algo de longa
duração parece um acerto romântico tão arriscado que o seu próprio contrato(matrimonio),
denotam mais o fim da aventura, do que a continuidade dela.
A maioria das pessoas
não casa para se arriscar, casa para encontrar uma segurança de algo que se tem
medo de viver. Dentro deste espectro, o casamento não é a opção do trabalhador autônomo,
é a opção do trabalhador com carteira assinada. A segurança é tão ilusória
quanto a instituição, e o casamento não deve ser visto como o fim do jogo, aposentadoria
ou o fim da história.
O casamento se
encontra em falência, pois deixamos de perceber o porquê ele existe, e o para
que ele existe. Casamo-nos, para ter sexo todos os dias e em alguns meses somos
surpreendidos com a rotina que inviabiliza a missão. Casamo-nos para ter uma
parceira de aventuras, mas na prática acabamos dividindo com alguém as
responsabilidades da semana.
Somos seres sociais, e
como já dizia Tom e Vinícius, “é impossível ser feliz sozinho”. Mas a forma de
relação que você escolhe, ou a pessoa que vai estar do seu lado, quem escolhe,
é você. Só pense nessa relação, dure o quanto ela durar, como uma construção de
capítulos de uma linda história, e não como a última página de um belo livro.
Certa vez, atuei em
uma peça onde um dos personagens dizia “será que a vida é casar-se, ter filhos,
comer macarronada aos domingos e assistir TV? Será que acabaram as grandes
aventuras?”
Pois é, se o casamento
for a última página, é melhor se casar no cemitério, agora se casar-se, for a
continuação da aventura, aí sim, eu quero, e você? O que você QUER?
por Alexandre Oliveira
Nenhum comentário:
Postar um comentário