domingo, 29 de maio de 2022

RESPONSABILIDADE AFETIVA E A SUA DECISÃO

 


A sinceridade em qualquer relação parece o elemento chave para o sucesso dela. Há algum tempo venho refletindo sobre o termo “responsabilidade afetiva”. E confesso que foi um termo que me intrigou e levou ao texto de hoje.

Pesquisando sobre o termo, descobri que apliquei isso em todos os relacionamentos que tive.

Diga-se de passagem, responsabilidade afetiva se enquadra em deixar claro para a pessoa que se relaciona, o como você se sente, e quais são suas pretensões com ela.

Por vezes nos perguntamos se existe alguma justiça quando gostamos de alguém, afinal, quantas vezes existe uma dedicação desproporcional, da nossa parte em relação ao que o outro(a) entrega. E quantas vezes escutamos do outro lado a verdade nua e crua, que somos apenas mais um(a) em sua vida. E por gostar da pessoa, insistimos em algo que nunca vai levar onde queremos.

Pois é, me peguei pensando na responsabilidade afetiva, termo que entendi ter praticado por toda a vida, e há pouco tempo me recordei de uma relação que tive há anos, e cheguei a uma outra conclusão sobre o termo responsabilidade afetiva.

O ano era 2012, a garota em questão não estava interessada por mim, pelo menos não inicialmente. Mas com o tempo ela foi se envolvendo, e eu sempre deixando claro que ficava com outras garotas, e que tinha inclusive mais um carnaval badalado pela frente. O tempo foi passando, me afastei dela em diferentes momentos, e nos esbarrávamos em alguma festa, e ficávamos de novo. Até que chegou num ponto que eu percebi que ela realmente me amava, e decidi que mesmo não sentindo o mesmo, iria namorar com ela.

Mas a vida é escrita por grandes reviravoltas, exatamente quando eu ficava apenas com ela e havia decido namorar, conheci uma outra garota e me apaixonei. Naturalmente terminei com a anterior e fui viver a nova história.

Pensando pelo ponto de vista da reponsabilidade afetiva, como tratam atualmente, eu fiz o que deveria fazer, deixei claro tudo que estava se passando a todo momento.

No entanto eu acrescentaria que no capítulo responsabilidade afetiva, devamos ir além. Quando temos uma relação com alguém, que percebemos que não podemos entregar aquilo que a outra pessoa espera, e nos damos conta de que a outra pessoa gosta muita mais de você, do que você dela, acho que hora de ir embora.

Hoje creio que se você não está na mesma sintonia da outra pessoa, comunique que não vai ficar, comunique que você não quer dar migalhas a alguém que merece mais. Tome a decisão de dizer que não vai ficar mais, e desapareça da vida dessa pessoa, pois assim ela vai ter a chance de se recuperar do sentimento que tem por você, e começará a viver mais rápido.

Desta forma a pessoa terá um fim de capítulo, pois ouviu a verdade de forma clara. E você terá tomado a decisão que ela não pôde. Não pôde devido ao alto grau de sentimento que tem por ti. Assim é a melhor decisão é não haver mais nenhum tipo de relação, e isso sim é responsabilidade afetiva, fechar ciclos, e saber sumir em respeito ao outro.


por Alexandre Oliveira

quinta-feira, 19 de maio de 2022

CASAMENTO DE LULA E O FIM DA AVENTURA

 Foto: Ricardo Stuckert
 

Casar é um sonho para muitos, e um pesadelo para grande maioria que ali vive.

Sim, converse a sério com um dos cônjuges, mas em separado, para saber a realidade do casal. Hoje, lendo as manchetes do casamento do ex-presidente Lula, me peguei por um segundo achando lindo a união de um casal de idade mais avançada.

É claro que a união de pessoas idosas causa comoção. Afinal, já é difícil encontrar um amor aos 30, imagine aos 70?! Sem falar que é uma fofura ver a emoção dos velhinhos. Assim, é fácil se emocionar com quem, se aventura mesmo com tanta experiencia de vida.

Essa é uma emoção genuína que nos comove, e confesso que me senti comovido.

Mas a verdade é que esta comoção durou apenas alguns segundos. Em seguida pensei no verdadeiro motivo deste texto, que é refletir sobre o encontro do amor e na materialização dele através do matrimônio.

A verdade é que eu não sei se as pessoas querem casar porque foram ensinadas que este é o enredo perfeito da vida. Ou porque de fato amam tanto alguém, que dividir a vida com essa pessoa, pareça algo incrível. Confesso que já não sei dizer ou perceber quem está “saltando deste paraquedas” pela vontade de viver, ou pelo medo de morrer só.

Os filósofos de rua costumam falar da importância de estar bem consigo mesmo, para que depois se encontre alguém, e da importância de primeiro ser feliz sozinho(a) para que se possa incluir alguém em sua vida. Contudo, quando é que se identifica que este momento chegou?

A vida acontece numa velocidade absurda, tudo é tão fugaz e efêmero que apostar em algo de longa duração parece um acerto romântico tão arriscado que o seu próprio contrato(matrimonio), denotam mais o fim da aventura, do que a continuidade dela.

A maioria das pessoas não casa para se arriscar, casa para encontrar uma segurança de algo que se tem medo de viver. Dentro deste espectro, o casamento não é a opção do trabalhador autônomo, é a opção do trabalhador com carteira assinada. A segurança é tão ilusória quanto a instituição, e o casamento não deve ser visto como o fim do jogo, aposentadoria ou o fim da história.

O casamento se encontra em falência, pois deixamos de perceber o porquê ele existe, e o para que ele existe. Casamo-nos, para ter sexo todos os dias e em alguns meses somos surpreendidos com a rotina que inviabiliza a missão. Casamo-nos para ter uma parceira de aventuras, mas na prática acabamos dividindo com alguém as responsabilidades da semana.

Somos seres sociais, e como já dizia Tom e Vinícius, “é impossível ser feliz sozinho”. Mas a forma de relação que você escolhe, ou a pessoa que vai estar do seu lado, quem escolhe, é você. Só pense nessa relação, dure o quanto ela durar, como uma construção de capítulos de uma linda história, e não como a última página de um belo livro.

Certa vez, atuei em uma peça onde um dos personagens dizia “será que a vida é casar-se, ter filhos, comer macarronada aos domingos e assistir TV? Será que acabaram as grandes aventuras?”

Pois é, se o casamento for a última página, é melhor se casar no cemitério, agora se casar-se, for a continuação da aventura, aí sim, eu quero, e você? O que você QUER?


por Alexandre Oliveira