Ingenuidade: Ausência de Malicía
Amigos que me conhecem há muitos anos sabem o como eu era há
5 anos atrás, e costumo dizer que eu era muito, muito, muito bobo e que hoje
sou só bobo, muitos já me ouviram dizer isto nos dias de hoje, sempre de forma
a tirar sarro de mim mesmo o que é engraçado e divertido, mas o que está
inserido dentro de um comentário como este é o que mais vale pensar.
Ser muito, muito bobo tem diversas vantagens, uma delas é a
de ter capacidade de enxergar a vida, com uma ingenuidade tão grande que a
primeira vez de muitas coisas na vida nos permitem enxergar. Bem, quando não
temos traumas nem momentos ruins passados que nos deixaram cicatrizes e nos
fizeram pensar que tais erros não poderiam ser cometidos, nos forçamos a criar
uma barreira praticamente intransponível para um novo gostar. Isto pois tivemos
situações que são causadas por uma relação ingênua que não sobreviveu a maldade
alheia ou até mesmo a experiência alheia, posso dizer assim que a experiência
traz consigo marcas, que criam um escudo e nos deixam “menos bobos” eu diria,
mas é importante ressaltar que a perda dessa ingenuidade traz consigo
dividendos muito mais tristes do que a lógica permite.
Quando nos vemos menos bobos nos orgulhamos do percurso até
ali, batendo no peito e soprando aos sete ventos que nunca mais vamos passar
por aquilo que passamos outrora, mas quando isso acontece, usamos esta experiência
para nos esconder e nos eximir de culpa, colocamos isso, como argumento para
perda de oportunidades que surgem com outras pessoas. Logo ser esperto, não se
torna tão saudável.
O ser esperto é algo relativo, lembram daquela máxima
carioca onde se diz “que o mal do malandro, é achar que todo mundo é otário”?
Acho que é bem por ai, digo que esperto eu nunca serei, pois o dia que pensar
assim, eu estarei ferrado, pois sempre há alguém mais esperto do que a gente, e
a vida não é uma eterna competição, ela é uma medição de forças contra si
mesmo, você se mede a cada ano mais um pouco e se o saldo disso for uma
evolução sua como pessoa, sinal que a medição está boa, pois a cada ano você se
torna uma pessoa melhor, e ser esperto não tem nada a ver com isso. Conheço
muita gente que se achava esperto no colégio, na faculdade e no trabalho, e não
vou nem comentar onde essas pessoas estão agora, pois é puro desperdício.
Temos de confiar no caminho que escolhemos, temos de usar
nossas experiência para diferenciar o bem do mal, durante a nossa estreita
caminhada na vida, porém creio que deixar de ser bobo é uma perda de essência,
e quando perdemos nossa essência, perdemos o que há de mais puro nas nossas
emoções, assim deixamos de ser sinceros, e começamos a falhar não só com outras
pessoas, mas com nós mesmos. Quando penso em ingenuidade, me volto para 10 anos
atrás e lembro do menino de 16 anos que fez apenas um pedido:
“Encontrar uma mulher que me ame como eu a amarei “
Alexandre Oliveira( aos 16 anos )
Então amigos que lêem as Sambadinhas do Ale: voltem a ser
mais bobos, a curtir um pouco mais da vida sem a preocupação de quem alguém
pode estar querendo te tirar vantagem, pense apenas no quanto você pode agregar
aquela pessoa e ela a você. E acima de tudo volte para sua ingenuidade, pois lá
você encontrará a sua originalidade e a sinceridade perdida de outros tempos, e
nesse momento respire bem fundo, olhe para o céu e se sinta orgulhoso, por tudo
que que vier acontecer na sua recém reconquistada “bobice”.
Alexandre Oliveira