Há temos
atrás, escrevi aqui nas sambadinhas, o quanto era problemático um
relacionamento com excesso de ciúmes, e hoje vim aqui novamente para falar
desse tema, mas de uma outra forma, pra começar, eu devo admitir algo para meus
leitores e leitora até então não sabiam: Eu sou ciumento!
É difícil
de se admitir isso, é difícil para qualquer um admitir ter em si um sentimento
que repreende ações e que em muitos momentos causa stress. Por muitos anos me
coloquei como um ariano não dependente a pessoas, e a sentimentos repressores,
mas talvez eu seja o mais repressor de todos.
Sabe quando
seus amigos se juntam e logo tu não está presente por causa de trabalho ou
outro motivo? Sabe aquela festa, em que todos aparecem na foto menos você? Lembra
daquela reunião que todos do grupo foram convocados e esqueceram de avisar
exatamente a você? Sabe aquela foto da pessoa que tu tá ficando ou namorando,
com outra pessoa do sexo oposto? Ou quando uma pessoa do sexo oposto , muito
suspeita comenta a foto da tua garota dizendo que ela está linda e gata? Sabe
quando seu melhor amigo sai numa foto com outro amigo dizendo que o outro é o
melhor?
Pois bem,
todos esses motivos me causam uma raiva profunda, fico brabo, de cara amarrada
e não consigo parar de pensar nisso, logo sou um neurótico ciumento. A
diferença de mim para os outros é que não falo pra ninguém que estou brabo, e isso
se chama ciúme encubado. A parte mais dramática disso é que como não admitimos
nosso ciúme, os guardamos em nossa memória para um ataque futuro, o famoso: “jogar
na cara”. Em futuras discussões com amigos, dizemos: “lembra aquela vez que tu
não me chamou para aquela festa? ”
Usamos a
memória como arma, daí lembranças de uma situação não resolvida em função do
ciúme, e a mesma vira álibi para questionamentos, onde a resposta é só a
retórica de algo que não pode ser explicado. No caso das mulheres, elas usam
muito este recurso, elas são bem mais encucadas, para elas qualquer amiga de
seu namorado, é uma piranha!
Essa
história de que um ciuminho de leve em qualquer relacionamento dá uma apimentada,
é verdade, desde que saibamos lidar com o sentimento de maneira que ele
contribua para a relação, desde que ele seja usado para demonstrar afeição,
interesse, mas sem tirar a liberdade de ninguém, pois quando a liberdade é
tirada, o desapego é necessário.
O caso é
que tem homens que são mais machistas do que ciumentos, porque digo isso? Digo,
porque tem cara que usa o ciúme como arma para deixar sua mulher em casa e ir
pra balada. Inventando uma briga com a garota para ela ficar em casa e ele
sair, já vi muito isso. O cara se diz ciumento e inventa desculpas, nas roupas
dela, no jeito de falar e até no jeito de ter carinho com seus amigos, apenas
para que ela não “faça”, o que o escroto anda fazendo na rua, que é meter um
chifre nela, como se ele por ser homem, tivesse o desprendimento necessário
para tal, e só ele pudesse dar a pulada de cerca, como se isso fosse autorizado
por uma força divina, somente para os homens e não para as mulheres.
E o que
vemos na rua é uma mulherada, violenta, descarada, piranhando cada vez mais,
por uma repressão do passado, que ela nem viveu muito, mas que como suas
matriarcas contaram, ela se sente no dever de fazer uma “revolução” na
sociedade, começando pelo seu próprio direito de pegar 10, 15 numa balada. E
quando num relacionamento, os homens se sentem com medo, agem com insegurança
com todas as que se relacionam, isso para os poucos homens para namorar
decentes, existentes no mundo.
Não deixe o
aprisionamento de um ciúme fictício ou não te aprisionar, deixa se envolver,
por quem te faz bem e te acrescenta, te faz bem e te joga pra cima, e que acima
de tudo te valorize como tu és.
O que digo,
é que o ciúme, é normal, e que quando bem usado pode ser um alimentador da
relação. Assim deixe de sofrer pelo seu
ciúme encubado, pare de imaginar coisas, e de sofrer sozinho, passe a ser um
protagonista da sua história se preocupando apenas com o que é relevante.
Afinal de contas, o mais bobo dos bobos tem um ciúme que ninguém vê.
Alexandre Oliveira